O instrumento do Brasil Lab Responsible Commodities Facility anunciou um plano para financiar em US$ 1 bilhão a produção de 180 milhões de toneladas de soja e milho “responsáveis” nos próximos quatro anos. Com apoio do governo britânico e do programa das Nações Unidos para o Ambiente, o instrumento financeiro oferecerá linhas de crédito adicionais a produtores que se comprometerem a recuperar terras degradadas e a não desmatar áreas de Cerrado. O projeto, endossado em 2018 pelo Lab, foi recentemente citado numa reportagem em inglês do Financial Times e também nos jornais brasileiros Folha e Valor.

Leia aqui o comunicado de imprensa original, em inglês, da Responsible Commodities Facility.

Folha: Fundo financiará agricultor brasileiro em US$ 1 bi para evitar desmatamento

Um programa de financiamento para commodities sustentáveis por meio de títulos ecológicos destinados a capitalizar agricultores brasileiros e evitar desmatamento foi lançado nesta quinta-feira (4) em Londres.

A Responsible Commodities Facility planeja oferecer linhas de crédito de baixo custo para plantadores de milho e soja no Brasil que se comprometam a evitar o desmatamento de florestas e áreas de vegetação natural para uso agrícola, e o uso de pastagens degradadas.

Com apoio do governo do Reino Unido e da ONU, o programa será operado pela SIM (Sustainable Investment Management), uma companhia especializada em financiamento ambiental criada por especialistas em finanças, commodities, e financiamento ambiental.

A SIM lançará US$ 1 bilhão (R$ 3,80 bilhões) em títulos ecológicos nos próximos quatro anos, e eles devem resultar em 180 milhões de toneladas de soja e milho produzidos de forma ambientalmente responsável, em valor de cerca de US$ 43 bilhões (R$ 163,4 bilhões) na primeira década do programa. A primeira série de títulos, no valor de US$ 300 milhões (R$ 1,14 bilhão), está planejada para a temporada de plantio da safra de 2020.

A crescente demanda por soja pode resultar na conversão de mais de seis milhões de hectares do cerrado brasileiro, nos próximos dez anos. Agricultores, operadores de commodities e empresas de alimentos vêm buscando maneiras de impedir o desmatamento do cerrado sem privar os agricultores de seu potencial de renda.

“A Responsible Commodities Facility é uma oportunidade para que o mercado garanta produção ampliada sem contribuir para o desmatamento, que vem resultando em perda de habitats naturais, perda de biodiversidade e emissões maiores de gases causadores do efeito estufa”, disse Pedro Moura Costa, presidente-executivo da SIM.

O Brasil assumiu o compromisso de reduzir suas emissões de gases causadores do efeito estufa em 43% até 2030, e quase 90% dessa redução deve vir da redução no desflorestamento; no entanto, é improvável que os mecanismos existentes ajudem a atingir essa meta, de acordo com a SIM.

A ideia do programa é proteger ou restaurar 1,5 milhão de hectares de habitat natural no cerrado, o que resultaria em uma redução de emissões estimada em 250 milhões de toneladas de dióxido de carbono.

Valor: Reino Unido e ONU apoiam fundo que financiará recuperação de áreas do Cerrado

Um programa de financiamento para commodities sustentáveis, lastreado por bônus “verdes” e idealizado para ajudar agricultores brasileiros e evitar o desmatamento do Cerrado, está sendo lançado hoje em Londres.

A Responsible Commodities Facility, com foi batizado o programa, tem por objetivo oferecer linhas de crédito para produtores de soja e milho no Brasil que se comprometam a evitar o desmatamento e a usar terras de pastagens degradadas. O programa, que tem o apoio do governo do Reino Unido e da Organização das Nações Unidas (ONU), vai ser administrado pela empresa de finanças ambientais Sustainable Investment Management (SIM), criada por especialistas das áreas bancária, de negociação de commodities e de financiamento a iniciativas ambientais.

A SIM vai organizar o lançamento dos bônus verdes ao longo dos próximos quatro anos e estima-se que o programa resultará na produção de cerca de 180 milhões de toneladas de soja e milho “responsável”, no valor de US$ 43 bilhões, nos primeiros dez anos.  A primeira emissão de bônus, no valor de US$ 300 milhões, está planejada para a temporada de plantio de 2020.

A demanda cada vez maior por soja poderia resultar na conversão para o plantio do grão de mais de 6 milhões de hectares do Cerrado brasileiro nos próximos dez anos. Agricultores, tradings de commodities e empresas de alimentos têm buscado formas de evitar o desmatamento do Cerrado sem privar os agricultores de renda potencial.

“A Responsible Commodities Facility é uma oportunidade para o mercado garantir aumento da produção sem contribuir para o desmatamento de terras, que provoca a perda de habitats naturais e de biodiversidade e resulta em emissões de gases causadores do efeito estufa”, disse o executivo-chefe da SIM, Pedro Moura Costa.

O país se comprometeu a reduzir as emissões de gases em 43% até 2030, e quase 90% dessa redução deverá vir da queda do desmatamento, embora os mecanismos de financiamento existentes não sejam suficientes para ajudar no cumprimento dessa meta, de acordo com a SIM.

A linha de crédito pretende proteger ou recuperar 1,5 milhão de hectares de habitat natural no Cerrado, levando a uma redução nas emissões de dióxido de carbono estimada em 250 milhões de toneladas.